Tensão arrasta Bovespa a perdas de 23,8% em 2011
Publicado em 5 de agosto de 2011
Com queda de 5,72% nesta quinta-feira e de mais de 10% na semana, aplicação fica na berlinda entre as demais
A Bolsa de Valores brasileira encerrou a quinta-feira com queda de quase 6% (5,72%), acompanhando a forte desvalorização que tomou conta dos mercados no mundo inteiro. Foi a maior perda diária desde novembro de 2008. Ontem, a Bovespa (Bolsa da valores de São Paulo) atingiu ainda a sua menor pontuação desde julho de 2009, chegando aos 52.811 pontos. No ano, a Bolsa já acumula perdas que chegam a 23,8%, o que coloca o investimento na berlinda entre os demais produtos financeiros. Desde o início da semana, os investidores mantêm um forte movimento de venda de ações. É que a sensação de estar assistindo a um filme que já passou, vem pairando sobre os mercados nos últimos dias, assustando os aplicadores. Com duas das mais importantes regiões do planeta - Europa e Estados Unidos - novamente envoltas em sérios problemas econômicos, e até mesmo políticos, os investidores se anteciparam, revelando seu medo de serem pegos de surpresa por fatores de proporções semelhantes à crise do subprime, desencadeada em 2008, e que resultou em uma das maiores crises financeiras da história, desde a Grande Depressão de 1929.
Mais sensível
Assim, aplicações mais arriscadas como a Bolsa, são as primeiras a sentir os impactos. "Dentro do mercado financeiro, a Bolsa, além de volátil, é a aplicação mais internacionalizada, então ela é mais suscetível às incertezas do cenário externo", justifica o economista Alcides Leite, que também professor da Trevisan Escola de Negócios.
De fato, avalia o economista e ainda consultor financeiro, Francisco Assunção, com o endividamento das economias norte-americana e de alguns países da zona do euro, o ideal de prosperidade e bem-estar dessas localidades se dissipou, fazendo com que o mercado perdesse valor em função da perspectiva de crescimento menor.
Volatilidade é certa
"Pode ser que haja algum tombo muito grande na demanda mundial de commodities, realinhando preços das grandes companhias mundiais, porque o mercado está indo na esteira comportamental. Assim, o mercado de ações ainda vai impor certa volatilidade", dispara. O que explica, fala, o sobe e desce que se observa nesse universo. "O mercado tende a perder um pouco mais de preço. Às vezes vai cair, às vezes vai subir, estes pontos de volatilidade para mais ou para menos são certos, eu creio. Mas as perdas não devem acontecer em queda livre", prevê Assunção. "O desafio, neste contexto, é conseguir apontar um nível para o índice da Bolsa, já que nada ainda está muito claro", observa.
"O que está acontecendo com a Bolsa nada tem a ver com os fundamentos econômicos brasileiros, apesar de em um cenário de juros altos, aliado a esta instabilidade externa, aplicações em renda fixa ficarem mais atrativas", destaca Alcides Leite.
Recomendações
Assim, este é o momento de agir com cautela. "Quem já investe em ações deve permanecer. Não é o momento de sair, para não incorrer em prejuízo. O aplicador deve lembrar que a Bolsa é um investimento de médio e longo prazo. Para quem ainda não está nesse mercado, melhor não entrar agora. Não existe garantia de bons rendimentos", avalia Leite.
IMPACTO GLOBALTemor de dívida e recessão na Europa
São Paulo As bolsas de valores ao redor do mundo caíram vertiginosamente ontem devido à intensificação dos temores dos investidores com a desaceleração da economia global e com a crise do débito em curso na Europa, que agora ronda a Itália e a Espanha. Os índices do mercado de ações dos EUA tiveram queda 3% e na Europa o recuo foi maior por causa da intervenção japonesa para enfraquecer o iene (moeda japonesa) e o Banco Central Europeu começou a comprar títulos para acalmar os mercados.
O principal índice de ações do continente voltaram para os menores patamares de meados de 2009. O índice europeu de ações FTSEurofirst 300 encerrou a sessão com baixa de 3,33%, a 993 pontos. Foi a primeira vez que o indicador caiu abaixo da marca de 1 mil pontos em 12 meses. Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 3,43%, a 5.393 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 3,4%, para 6.414 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 3,9%, para 3.320 pontos. Em Milão, o Ftse/Mib encerrou em baixa de 3,21%, a 16.459 pontos. Em Madri, o Ibex-35 registrou queda de 3,89%, para 8.686 pontos. Já em Lisboa, o PSI20 teve desvalorização de 3,26%, para 6.325 pontos.
Depois das baixas aceleradas nas últimas duas semanas, o mercado de ações está oficialmente em território de "correção" técnica, definido como uma queda de 10 a 20% desde o último pico. A última vez que o mercado esteve em modo de correção foi em meados de 2010, com queda de 16% antes de se recuperar.
ANCHIETA DANTAS JR.REPÓRTER
A Bolsa de Valores brasileira encerrou a quinta-feira com queda de quase 6% (5,72%), acompanhando a forte desvalorização que tomou conta dos mercados no mundo inteiro. Foi a maior perda diária desde novembro de 2008. Ontem, a Bovespa (Bolsa da valores de São Paulo) atingiu ainda a sua menor pontuação desde julho de 2009, chegando aos 52.811 pontos. No ano, a Bolsa já acumula perdas que chegam a 23,8%, o que coloca o investimento na berlinda entre os demais produtos financeiros. Desde o início da semana, os investidores mantêm um forte movimento de venda de ações. É que a sensação de estar assistindo a um filme que já passou, vem pairando sobre os mercados nos últimos dias, assustando os aplicadores. Com duas das mais importantes regiões do planeta - Europa e Estados Unidos - novamente envoltas em sérios problemas econômicos, e até mesmo políticos, os investidores se anteciparam, revelando seu medo de serem pegos de surpresa por fatores de proporções semelhantes à crise do subprime, desencadeada em 2008, e que resultou em uma das maiores crises financeiras da história, desde a Grande Depressão de 1929.
Mais sensível
Assim, aplicações mais arriscadas como a Bolsa, são as primeiras a sentir os impactos. "Dentro do mercado financeiro, a Bolsa, além de volátil, é a aplicação mais internacionalizada, então ela é mais suscetível às incertezas do cenário externo", justifica o economista Alcides Leite, que também professor da Trevisan Escola de Negócios.
De fato, avalia o economista e ainda consultor financeiro, Francisco Assunção, com o endividamento das economias norte-americana e de alguns países da zona do euro, o ideal de prosperidade e bem-estar dessas localidades se dissipou, fazendo com que o mercado perdesse valor em função da perspectiva de crescimento menor.
Volatilidade é certa
"Pode ser que haja algum tombo muito grande na demanda mundial de commodities, realinhando preços das grandes companhias mundiais, porque o mercado está indo na esteira comportamental. Assim, o mercado de ações ainda vai impor certa volatilidade", dispara. O que explica, fala, o sobe e desce que se observa nesse universo. "O mercado tende a perder um pouco mais de preço. Às vezes vai cair, às vezes vai subir, estes pontos de volatilidade para mais ou para menos são certos, eu creio. Mas as perdas não devem acontecer em queda livre", prevê Assunção. "O desafio, neste contexto, é conseguir apontar um nível para o índice da Bolsa, já que nada ainda está muito claro", observa.
"O que está acontecendo com a Bolsa nada tem a ver com os fundamentos econômicos brasileiros, apesar de em um cenário de juros altos, aliado a esta instabilidade externa, aplicações em renda fixa ficarem mais atrativas", destaca Alcides Leite.
Recomendações
Assim, este é o momento de agir com cautela. "Quem já investe em ações deve permanecer. Não é o momento de sair, para não incorrer em prejuízo. O aplicador deve lembrar que a Bolsa é um investimento de médio e longo prazo. Para quem ainda não está nesse mercado, melhor não entrar agora. Não existe garantia de bons rendimentos", avalia Leite.
IMPACTO GLOBALTemor de dívida e recessão na Europa
São Paulo As bolsas de valores ao redor do mundo caíram vertiginosamente ontem devido à intensificação dos temores dos investidores com a desaceleração da economia global e com a crise do débito em curso na Europa, que agora ronda a Itália e a Espanha. Os índices do mercado de ações dos EUA tiveram queda 3% e na Europa o recuo foi maior por causa da intervenção japonesa para enfraquecer o iene (moeda japonesa) e o Banco Central Europeu começou a comprar títulos para acalmar os mercados.
O principal índice de ações do continente voltaram para os menores patamares de meados de 2009. O índice europeu de ações FTSEurofirst 300 encerrou a sessão com baixa de 3,33%, a 993 pontos. Foi a primeira vez que o indicador caiu abaixo da marca de 1 mil pontos em 12 meses. Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 3,43%, a 5.393 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 3,4%, para 6.414 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 3,9%, para 3.320 pontos. Em Milão, o Ftse/Mib encerrou em baixa de 3,21%, a 16.459 pontos. Em Madri, o Ibex-35 registrou queda de 3,89%, para 8.686 pontos. Já em Lisboa, o PSI20 teve desvalorização de 3,26%, para 6.325 pontos.
Depois das baixas aceleradas nas últimas duas semanas, o mercado de ações está oficialmente em território de "correção" técnica, definido como uma queda de 10 a 20% desde o último pico. A última vez que o mercado esteve em modo de correção foi em meados de 2010, com queda de 16% antes de se recuperar.
ANCHIETA DANTAS JR.REPÓRTER
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