quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Bovespa inverte tendência e valoriza 1,60%; dólar alcança R$ 1,94

da Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) inverte a tendência novamente e volta operar em terreno positivo. A Bolsa oscila em tentar uma recuperação, após acumular perdas de 30% no ano, ou ceder ao nervosismo dos investidores com a crise financeira global.

Pela manhã, o mercado reagiu favoravelmente ao esforço concentrado de seis dos principais bancos centrais do planeta para fornecer recursos aos bancos e evitar um "congelamento" das linhas de crédito. Após a quebra do Lehman Brothers e os problemas da AIG, no entanto, a crise de confiança do sistema financeiro ganhou escala.

O termômetro dos negócios da Bolsa, o Ibovespa, avança 1,60% e atinge os 46.645 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,86 bilhões.

O dólar comercial é cotado a R$ 1,948 na venda, em forte alta de 4,28%. A taxa de risco-país marca 356 pontos, em declínio de 4,04%.

Após o entusiasmo inicial com o esforço concentrado dos BCs, as Bolsas de Valores européias perderam boa parte do ímpeto e concluíram os negócios em queda ou apenas com altas modestas. Em Londres, o índice de ações FTSE cedeu 0,57%; em Paris, o índice Cac perdeu 0,94%, enquanto em Frankfurt, o Dax valorizou somente 0,04%. A Bolsa de Nova York valoriza 0,38%.

Pacote bilionário

O Federal Reserve (banco central dos EUA) e mais cinco autoridades monetárias ofereceram mais de US$ 200 bilhões em empréstimos de emergência para deter a crise de confiança entre os bancos e que afeta a circulação de crédito mundialmente. A crise foi detonada pela quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos dos EUA, gerando um ambiente de desconfiança generalizada no sistema financeiro global.

O banco central americano já despendeu entre US$ 900 bilhões e US$ 1,5 trilhão para tentar deter os piores desdobramentos da crise financeira que abala a economia americana desde a segunda metade do ano passado, principalmente.

Além das injeções de recursos bilionárias no sistema bancário, para evitar que a circulação de recursos entre os bancos congele, a autoridade monetária também tem feito esforços em resgatar instituições financeiras à beira ou em pleno estado falimentar, a exemplo do banco Bearns Stearns, no ano passado, ou da seguradora AIG, nesta semana.

Inflação e Copom

No front doméstico, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) informou que o IGP-M apontou inflação de 0,04%, em sua segunda leitura para o mês de setembro. No ano, o indicador acumula alta de 8,40% e, em 12 meses, a alta acumulada é de 12,24%.

O Banco Central admitiu que a inflação ainda não apresentou uma melhora 'convincente'. A revelação faz parte da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), relativa à reunião da semana passada, em que a taxa de juros foi ajustada de 13% para 13,75%.

Divulgada hoje, a ata mostra que, para a maioria dos diretores integrantes do Comitê, nem mesmo a desaceleração da economia mundial e seu impacto na economia brasileira podem garantir a manutenção da inflação dentro das metas.

carlos maciel (1) 18/09/2008 15h34

Juros alto tem se mostrado eficiente. Neste momento o suposto erro do Brasil não passa de acerto. Vejam que foram os juros baixos nos EUA do ano 2001 para cá que levaram à uma desenfreada especulação imobiliaria e bancarrota de todos os envolvidos. O Brasil ia no mesmo caminho se os juros estivessem a nivel americano. credito façil e insolvencia mais façil ainda. sem opinião
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João Oliveira (32) 18/09/2008 15h20

Em comentário anterior, aqui na Folha, eu já previa que a tendência do dólar era de subida. No entanto, não achava que, em um curto espaço de tempo, atingiria R$1,95!
Isto é o que se chama de auto-regulação do mercado; o dólar a R$1,58 era insustentável.
Pois bem.
Volto a repetir: a economia americana é muito forte. Não vai ser um trilhão de dólar que a derrubará.
Eles, os americanos do norte, com certeza, empreenderão mecanismos de reaver um, dois ou três trilhões de dólares, jogados na ciranda financeira.
Nós, americanos do sul, do Brasil - ao revés - sequer recuperamos um bilhão e meio de dólares do Banco Marca. sem opinião
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Henrique Cadore (1) 18/09/2008 14h57

Nesse exato momento aspirantes a milionários estão chorando e com medo de terem perdido seus tostões minguados, que um dia tiveram esperança de fazer crescer sem muito esforço. Não se ganha dinheiro trabalhando, é não se ganha mesmo, estavam certos, pois não se ganha dinheiro de jeito nenhum porque não tem pra todo mundo mesmo. Não se pode condenar e chega a ser triste o coitado que investiu e leu na revista que podia juntar um milhão fácil. Agora o mercado diz, prezado miserável espere mais alguns anos para ter seu lucro de volta ou venda tudo e assim alimente os verdadeiros investidores, aqueles que agora estão com a sua grana. Pobre que não tem ações como eu agora correm pra montanha pra escapar do que vem por aí. Tô sentindo um clima econo-apocalíptico no ar.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.