quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bovespa ultrapassou os 60 mil pontos e dólar caiu a R$ 1,80 ontem

Valor

SÃO PAULO - Mais indicadores positivos sobre a economia americana e a crescente confiança na recuperação da economia mundial garantiram um pregão positivo para os mercados brasileiros na quarta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) centrou as atenções ao superar os 60 mil pontos por volta das 12h30 e seguiu avançando até fechar aos 60.410 pontos, alta de 1,94%. Tal pontuação é a maior desde 21 de julho do ano passado, quando o Ibovespa marcou 60.771 pontos. Com mais essa alta, o ganho acumulado no chega a 60,88%. Destaque para o volume financeiro de R$ 7,01 bilhões, o maior desde 23 de julho para dias sem vencimento de opções e índice. Também foi registrado novo recorde em número de negócios, foram mais de 488 mil transações, superando as 444.351 registradas em 15 de julho.

Atingida a " meta " do ano, a pergunta que fica é: para que lado a bolsa vai agora? Análise gráfica realizada pela InTrader coloca o próximo ponto de resistência na casa dos 62.500 pontos. " É difícil falar se vai buscar esse ponto em breve, afinal são mais de 2 mil pontos. Mas o importante é que a trajetória continua de alta " , diz Renato Tavares, assessor de investimentos da InTrader.

Para o analista técnico da corretora Souza Barros, Eduardo Matsura, não dá para traçar parâmetro para até onde o índice pode subir. A máxima a ser seguida, segundo ele é: " na falta de evidência de reversão você continua comprado, segue a tendência " .

Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), os índices também marcaram novas máximas para o ano, seguindo a divulgação de maior produção industrial e inflação ao consumidor.

Ainda ecoaram pelo mercado as declarações feitas na terça-feira, pelo presidente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, Ben Bernanke, de que é provável que a recessão tenha terminado nos EUA.

Em Wall Street, o Dow Jones subiu 1,12%, aos 9.791. O S & P 500 avançou 1,53%, para 1.068 pontos. Já o Nasdaq teve ganho de 1,45%, a 2.133 pontos. No câmbio, o dólar continuou perdendo valor para o real, mas a linha de R$ 1,80 ainda foi respeitada. Segundo o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, a baixo preço da divisa, que bateu mínimas a R$ 1,975, chamou os compradores ao mercado, o que acabou limitando as perdas do dia. O dólar comercial fechou a R$ 1,798 na compra e R$ 1,800 na venda - ainda assim, baixa de 0,38%. Tal valor marca nova mínima para o ano é o menor já registrado desde 22 de setembro do ano passado, quando a moeda fechou a R$ 1,792.

Na roda de " pronto " da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), a divisa furou o R$ 1,80. A moeda fechou a R$ 1,7997, baixa de 0,42%. O volume ficou em US$ 198,25 milhões, quase o dobro do registrado na terça-feira. No interbancário os negócios somaram US$ 2,4 bilhões. O dia foi bastante movimento no mercado de juros futuros. O volume negociado foi elevado e as taxas voltaram para patamares não registrados em dois meses. O motivo para tal agitação é o mesmo que leva as bolsas para as máximas e o dólar para as mínimas. A questão é que quanto antes a economia se recuperar, mais cedo o Banco Central, o Fed e outras autoridades monetárias devem abandonar o viés expansionista de política monetária. " O mercado de juros anda na contramão de outros mercados. Recuperação da economia aponta para alta de juros " , explicou operador de mercado que preferiu não se identificar.

No entanto, o especialista acredita que ainda é cedo para pensar em mudança nas taxas de juros tanto no Brasil quanto em outros países. Segundo ele, é pouco provável que as autoridades monetárias coloquem a recuperação em risco.

Também há fatores técnicos por trás da acentuada alta nos prêmios de risco. O operador disse que os indicadores de inflação nos Estados Unidos e os dados de emprego no Brasil pegaram muitos investidores vendidos, que se viram obrigados a zerar posições. Na agenda doméstica, o destaque ficou com a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, que mostrou a criação de 242.126 postos formais em agosto. Melhor resultado do ano e sétimo mês consecutivo com variação positiva. A abertura de novas vagas também superou ligeiramente a registrada em agosto de 2008, quanto foram contabilizados 239.123 postos.

Ao final do pregão, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2011, o mais líquido do dia, apontava alta de 0,15 ponto, a 9,90%. O vencimento para janeiro de 2012, segundo mais negociado, ganhou 0,20 ponto, para 11,25%. E janeiro de 2013 projetava 11,91%, valorização de 0,13 ponto.

Entre os vencimentos curtos o ajuste foi menos acentuado, janeiro de 2010 caiu 0,01 ponto, a 8,66%. Julho de 2010, que divide as apostas quanto à possibilidade de alta na Selic no primeiro ou no segundo semestre, acumulou 0,07 ponto, projetando 8,99%. E outubro de 2009 permaneceu estável, projetando 8,64%.

Até as 16h15, antes do ajuste final de posições, foram negociados 771.755 contratos, equivalentes a R$ 68,11 bilhões (US$ 37,66 bilhões), o dobro do registrado na terça-feira e maior volume desde 23 de julho. O vencimento para janeiro de 2011 foi o mais negociado, com 362.115 contratos, equivalentes a R$ 32,08 bilhões (US$ 17,74 bilhões). (Eduardo Campos | Valor Online)

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.