Bovespa registra um ´tombo´ forte
Desde o fim de novembro a Bolsa de Valores brasileira não registrava um "tombo" tão forte como o de ontem, que jogou o índice de ações para o nível de preços mais baixo em quase seis meses. As Bolsas americanas, a principal referência externa do investidor, operaram com perdas durante todo o pregão.E no fim da tarde, o anúncio oficial de um corte de R$ 50 bilhões no orçamento público ajudou a tirar a Bovespa do campo negativo. "O número veio dentro das expectativas, entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. Dada a nossa necessidade de um ajuste das contas públicas, uma austeridade fiscal adicional seria bem importante", comenta Osmar Camilo, analista da Socopa Corretora. Para deter a alta da inflação, economistas consideram fundamental o controle do déficit público.
Como o tamanho dos cortes públicos previstos não surpreendeu, alguns analistas do setor financeiro consideram que novos esforços para conter o consumo (e deter o avanço dos preços) devem vir do Banco Central, isto é, por meio do ajuste dos juros básicos (hoje em 11,25% ao ano).
Em geral, juros mais altos não favorecem o mercado acionário. O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, retrocedeu 2,36% no fechamento, aos 64.217 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,5 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, perde 0,14%. O índice mais abrangente, o S&P500, cai 0,43%.
Dentre as 69 ações que compõem o índice Ibovespa, somente três registraram alguma valorização hoje: LLX (6,68%), BM&FBovespa (3,57%) e OGX (0,24%). Segundo analistas gráficos, a Bolsa de Valores brasileiras ainda deve oscilar na faixa dos 63.750 pontos antes de esboçar alguma recuperação